O Aglomerado de Virgem parece ser o lar de mais desses sistemas fracos do que o "Grupo Local" de galáxias ao qual pertence a Via Láctea, sugerindo que a formação de galáxias em pequenas escalas pode ser mais complicado do que se pensava anteriormente, e que o nosso Grupo Local pode não ser um canto típico do universo.
A descoberta foi anunciada pela equipe NGVS, sendo baseada nos dados coletados durante 6 anos pela MegaCam, com 340 MegaPixels de resolução operando juntamente com o Telescópio Canada-França-Hawaii (CFHT, na sigla em inglês). Esse conjunto é capaz de conseguir, em uma única exposição, cobrir 1 grau quadrado de visão, o que é equivalente a quatro Luas Cheias. Com todas as imagens foi possível elaborar um mosaico cobrindo aproximadamente 400 luas cheias, com uma resolução de 40 bilhões de pixels, superior a qualquer outra pesquisa em cima do Aglomerado de Virgem.
O Aglomerado de Virgem está a uma distância média de 50 milhões de anos-luz e é um enorme aglomerado que possui cerca de 1300 galáxias (podendo chegar a 2000) e seu diâmetro está entre 15 milhões de anos-luz, um pouco maior do que o nosso Grupo Local, possuindo galáxias até 50 vezes maiores. Esperava-se que até 90% das galáxias ali presentes fossem galáxias-anãs (quase 1000 galáxias-anãs), mas durante as análises das imagens apenas uma centena foi encontrada, contrariando a teoria atual de formação.
Para compreender as implicações destas novas descobertas, Jonathan Grossauer e James Taylor da Universidade de Waterloo criaram simulações de computador com agrupamentos como o de Virgem, para ver qual a concentração ligada à matéria escura está presente na atualidade. Comparando os números e as massas de aglomerados de matéria escura para a população de galáxias descobertas pelo estudo, eles encontraram um padrão muito simples, onde a proporção de estrelas em relação à matéria escura varia lentamente, indo das menores para as maiores galáxias. Parece que em Virgem, pode haver uma relação simples entre a massa de matéria escura e o brilho da galáxia, válido por um fator de 100.000 em massa estelar.
Mas esse não é o caso do Grupo Local: aqui os aglomerados com pouca matéria escura que são ocupados por galáxias no aglomerado de Virgem parecem não terem sido capazes de criar suas galáxias. A questão que fica é: Porque há essa diferença? Uma equipe paralela à NGVS utiliza simulações computadorizadas de alta definição para tentar responder essa dúvida, analisando como as galáxias são espacialmente distribuídas, buscando mais pistas para explicar o mistério da formação de galáxias anãs.
Fonte: http://astronomynow.com/2015/05/27/faint-galaxies-found-hiding-in-the-virgo-cluster/
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