É muito provável que você leitor já tenha visto alguma
imagem de uma Aurora, mas sabe qual sua origem e porque ocorrem? Como já sabemos
o campo magnético do Sol não é coerente como o da Terra graças à diferentes
velocidades de rotação em função da latitude, ou seja, o Sol não possui apenas
um polo norte e um polo sul magnético como aqui na Terra. Essa rotação
diferencial torce o campo magnético até um ponto onde o mesmo se rompe e libera
uma grande quantidade de plasma para além da atmosfera solar, fenômenos
conhecidos como Flares, que abrangem quase todo o espectro eletromagnético,
indo desde as ondas de rádio até os raios gama.
Stephane Vetter (Nuits sacrees) |
Mas a preocupação maior vem quando uma explosão do tipo
acontece na face em que está em direção à Terra. Esses flares podem ser
classificados em três categorias, em função da sua intensidade. Os mais
intensos são chamados de Classe-X, que podem causar apagões aqui na Terra,
comprometer o Sistema de Posicionamento Global (GPS) e transmissão de estações
de rádio e tempestades geomagnéticas de longa duração, com auroras atingindo
baixas latitudes. As de Classe-M são os de intensidade média, podendo ocasionar
rápidas baixas no sistema de Transmissão por Rádio e tempestades geomagnéticas
de curta duração. As de Classe-C são muito fracas e ocasionalmente geram
auroras polares.
Quando falamos de tempestades geomagnéticas estamos nos
referindo ao encontro dessas partículas carregadas (plasma) que vem do Sol com
o campo magnético terrestre. A pressão gerada pelo choque do vento solar
(viajando a mais de 400 km/s) comprime a magnetosfera e a interação desses
campos proporciona um aumento da corrente elétrica na Ionosfera. Quando a
tempestade geomagnética é forte o suficiente, essas partículas carregadas
vindas do Sol conseguem penetrar a atmosfera e acabam ionizando o Hidrogênio
(tons avermelhados) e o Oxigênio (tons de verde), formando as auroras.
Aqui na Terra estamos protegidos
dessa radiação graças à magnetosfera, mas os astronautas que estão na Estação
Espacial Internacional não possuem essa proteção e estão sujeitos à receber
mais radiação que nós aqui na superfície. O perigo está na penetração de
partículas de alta energia (da ordem de dezenas de Megaeletronvolts) no corpo
no astronauta, podendo causar câncer, mutação nos cromossomos e até causar a
morte. Vê-se então a importância do monitoramento da atividade solar e das
tempestades geomagnéticas. Tanto as sondas espaciais SoHO e SDO quanto sensores
instalados na Terra permitem que avisos sejam emitidos com antecedência,
permitindo que sistemas de distribuição de energia sejam desligados e que
satélites e astronautas possam ser protegidos.
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