As Estrelas

     Em uma noite clara, sem a presença da Lua e em um ponto distante da poluição luminosa das cidades podemos contemplar um céu incrivelmente iluminado pelo brilho das estrelas. A olho nu conseguimos distinguir aproximadamente 6000 estrelas. Imagina o que pensaram nossos ancestrais ao se depararem com tamanha exuberância na esfera celeste. Em uma primeira vista, podemos notar que há mais estrelas em determinada região do céu do que em outras, algumas estrelas brilham mais do que outras e que o céu é dividido em dois por uma faixa mais "esbranquiçada".

Via Láctea à noite, na cidade de Fjarðabyggð, na Islândia (Foto: Creative Commons)
Via Láctea à noite, em Fjardabyggd, na Islândia. Foto de Creative Commons

     Essa parte mais clara no céu, que atravessa toda sua extensão, é a Via Láctea. Ela foi chamada assim primeiramente pelos gregos que viam essa faixa como uma "estrada leitosa" que originou o termo Via Láctea (traduzindo literalmente, Caminho do Leite). Mas esse aspecto leitoso da nossa galáxia logo da lugar à muitas estrelas, basta apontar um binóculo ou uma pequena luneta. Todas essas estrelas são pertencentes a nossa galáxia (aproximadamente 10¹¹ estrelas) - 10¹¹ = 1.000.000.000.000 = 1 trilhão de estrelas só em nossa galáxia.

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Constelação do Escorpião. Imagem: Stellarium

     Desde a antiguidade (Século IV a.C.) as estrelas são usadas pelos povos como um meio para localização e controle das plantações, por exemplo. Ao olharem para o céu, imaginavam formas mitológicas, de objetos e de animais e simplesmente ligavam os pontos afim de formar essas figuras.

Imagem das constelações e seus limites atuais (linhas brancas). Imagem de Science in the Sky

     Durante muitos séculos, navegantes utilizaram de constelações e estrelas isoladas (Estrela Polar, no Hemisfério Norte e Cruzeiro do Sul, Hemisfério Sul) para orientar-se. Já no Egito, se sabia que a inundação anual do Rio Nilo ocorria poucos dias após a aparição da estrelas Sirius acima do horizonte, no começo da primavera. Desde 1922, a UAI (União Astronômica Internacional) reconhece o total de 88 constelações, 36 predominantemente setentrional (Hem. Norte) e 52 predominantemente meridional (Hem. Sul).

     Já entrando no campo da Astrofísica Estelar, que é o campo que estuda a origem e evolução das estrelas, podemos classificar as estrelas de acordo com base nas linhas espectrais que emitem e a magnitude das estrelas. Inicialmente, Joseph Fraunhofer, um jovem vidraceiro de Bavaria, Alemanha, descobriu que estrelas emitiam diferentes espectros, fundando assim a espectroscopia estelar. Com o avanço dos instrumentos de medida e da teoria atômica, pesquisadores como Edward Pickering e Annie J. Cannon conseguiram reclassificar as estrelas conforme sua temperatura (tipos espectrais), indo desde as mais quentes e azuis, do tipo O, até as mais vermelhas e frias, do tipo M. O cruzamentos das informações das temperaturas das estrelas com seu espectro, foi feito por Cecília Payne.

     Abaixo podemos ver essa classificação: 

Imagem de: http://www.if.ufrgs.br/fis02001/aulas/aula_espec.htm

         








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