TRAPPIST-1: Descoberto Sete Planetas orbitando um Sistema Planetário à 39,5 anos-luz de distância.

    Uma notícia recente publicada na Revista Nature deixou a comunidade acadêmica bastante empolgada. Há tempos, vivemos nos perguntando se estamos sozinhos neste vasto Universo ou se há mundos parecidos com o nosso Lar (Planeta Terra) que abriga vida! Pois, saibam que o artigo científico publicado no dia 22 de Fevereiro, relata os estudos que culminaram no descobrimento de sete planetas rochosos orbitando uma estrela Anã superfria, chamada TRAPPIST-1, localizada na constelação de Aquário à 39,5 anos-luz de distância. 
    É a primeira vez que um sistema com um número expressivo de planetas é encontrado e, o mais incrível é que três destes sete planetas encontram-se na Zona Habitável de sua estrela - o que significa que, a distância na qual estes três planetas se encontram em relação a sua estrela, torna possível existência de água na forma líquida. A água líquida foi o elemento que impulsionou o surgimento de vida em nosso Planeta, então, esta é uma notícia maravilhosa e, que impulsionará trabalhos futuros na investigação deste sistema planetário. É o início para a obtenção de respostas à pergunta inquietante: Estamos sós no Universo?

    A observação foi realizada em solo e do espaço. Os astrônomos utilizaram o telescópio TRAPPIST-South (Transiting Planets and Planetesimals Small Telescope-Sul), no Observatório de La Silla do ESO, o Very Large Telescope (VLT) situado em Paranal e o Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, observou a estrela por 21 dias e, com dado de outros observatórios, revelando a existência de pelo menos sete planetas orbitando Trappist-1 - estrela Anã Vermelha fria. Os planetas foram batizados com os nomes TRAPPIST-1b, c, d, f, g, h - por ordem crescente de distância da sua estrela. O método utilizado para a descoberta destes exoplanetas foi o de Trânsito Planetário - consiste na coleta de luz (fótons) emitidos pela Estrela. No caso da estrela hospedar planetas orbitando ao seu redor - a passagem destes planetas na frente da estrela acarretará numa diminuição do fluxo de luz coletado pelos instrumentos, o chamado Trânsito Planetário ocorre. Isto, permitiu aos astrônomos obter informações sobre o tamanho, composição e órbita. 

 A imagem acima exemplifica o método de procura por Exoplanetas através do Trânsito Planetário por meio da análise de Curvas de Luz. Note que, quando o planeta passa em frente de sua estrela o fluxo de luz emitido por essa estrela decai. A imagem mostra como exemplo, o decréscimo do fluxo emitido de acordo com o tamanho do planeta em trânsito. O primeiro fluxo corresponde à um planeta rochoso pequeno e, o Segundo fluxo corresponde à um planeta gigante gasoso, similar a Júpiter. Ou seja, quanto maior o planeta em trânsito, mais luz bloqueará e, maior será o decréscimo do fluxo detectado por nossos instrumentos.
    Descobriu-se que, todos os planetas desse sistema apresentam tamanho similares ao planeta Terra e ao planeta Vênus. Sendo que, seis dos planetas internos são similares à Terra em Temperatura e Tamanho. Estando, três deles na Zona de Habitabilidade da estrela. Já a estrela Trappist-1 tem 8% da Massa Solar, sendo bastante pequena em termos estelares. Para termos uma idéia, Trappist-1 é um pouco maior que o planeta Júpiter, sendo, dessa forma, difícil de ser observada. Por isso, a orbita apresentadas por estes exoplanetas é mais próxima de sua estrela, diferente do que é observado em nosso Sistema Solar, já que a Energia emitida por estrelas Anãs como Trappist-1 é muito menor do que a liberada pelo nosso Sol. 
     Enquanto os planetas têm dimensões semelhantes à Terra, seus tamanhos variam de 25% a 10% maiores, eles não poderiam ser mais diferentes em outras características. E o que impressiona é o quão compactas são as ósbitas dos planetas de Trappist1. Mercúrio, o planeta mais interno do nosso Sistema Solar, está seis vezes mais distânte do Sol do que o planeta Trappist1"h" - sétimo planeta mais externo de seu sistema. 
    
A ilustração acima compara o Sistema de Trappist1 com o nosso Sistema Solar. Note que, as órbitas dos sete Planetas em torno de Trappist1 é muito menor do que a órbita de Mercúrio, nosso planeta mais interno do Sistema Solar. Porém, a Estrela Trappist1 tem 8% da massa do Sol e a energia emitida por ela é muito menor do que a liberada pelo Sol, por isto, os planetas Trappist "e", "f" e "g" encontram-se na Zona Habitável (Região em Verde) de sua estrela há uma distância muito próximo de Trappist1 se comparado com a Zona Habitável (Região em Verde) do Sistema Solar. Credit: NASA-JPL/Caltech

     O próximo passo nos estudos sobre Trappist1 é obter informações sobre a Composição Atmosférica, Temperatura Superficial Média e Pressão Atmosférica, principalmente, destes planetas que encontram-se na Zona Habitável. Estes dados serão obtidos com o lançamento do Telescópio Espacial James Web em 2018, mas, enquanto isso não ocorre, os Telescópios Espaciais Hubble e Kepler irão realizar observações do Sistema Trappist1.
   


Nenhum comentário:

Postar um comentário